segunda-feira, 25 de agosto de 2014

O Sargento e o Exu

Foto: Mestre Carlão

A Saúde no escuro é diferente, terra de malandro da estiva, de samba da Pedra do Sal, de caminhoneiros e suas putas na porta do Moinho, mas o fim da noite é sempre na birosca do Bené. Ontem, passando lá, como de costume, vi Sargento Leonardo, do 5 Batalhão, da Praça da Harmonia. Sgto Leonardo é uma figura robusta, um tanto fora de forma para a profissão, um sósia do comediante Leandro Hassun. Por falar nisso, me lembrei de um fato que teve  Leonardo e seu parceiro - ou seria comparsa - como coadjuvantes. Um ato com traços de tragédia anunciada, mas com uns toques de comédia, que lembravam os filmes do Zorro.

Roda de Samba no Largo da Prainha, encontro de amigos, cerveja gelada, mas não comprei a encruza. Acendi uma vela e fui cantar. De repente, grita o povo da rua. Osmar do Breque esquentando no samba e a persona surge em forma de um viciado, atordoado, pedindo proteção da polícia. Levanto, o levo de lado, o samba segue, mas ele segue o samba, dessa vez com o grito acompanhado de uma sirene. Um aviso? Mais uma explosão? Não. Apenas uma patrulha, com uma dupla, de ferro na mão. Teve Malandro que quis correr. Teve Malandro que não. Entre cliques e debates, o homem preto, sem uma acusação plausível, foi  perseguido pelo sargento Garcia dos dias de hoje, algemado e recolhido, entre uma DP e outra, sem sabermos o destino.  Ecoou mais um grito de dor nos ares, partindo do quilombo urbano. O samba seguiu, saiu, sem saber quem procurar, tentando se encontrar, mas eu sei, que na próxima quinta, as encruzar vou comprar! Laroiê Exu!!!
 
 

 





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