terça-feira, 8 de maio de 2007

Mais uma vez



É até chato. Diria...repetitivo. Mas é sempre bom ressaltar a força da camisa rubro-negra na decisão, seja o time qual for. Confesso que, apesar de confiar na equipe, acharia natural que o título fosse para General Severiano. O time alvinegro, sem sombra de dúvidas, é melhor tecnicamente, tem um bom conjunto, sem problemas de vaidade e , além disso, passou uma semana tranquila, se comparada ao caldeirão que fervia na Gávea, após uma derrota vexatória para a fraca equipe uruguaia do Defensor, a saída(já estava demorando) do outrora craque Juninho Paulista e a indefinição no sistema tático da equipe dirigida pelo bom técnico Ney Franco.
Como disse anteriormente, o Botafogo tem um elenco superior tecnicamente, mas não para ser colocado como favorito absoluto. Faltou humildade para jogadores medianos, um retrato do futebol brasileiro. Se para os craques consagrados, que desfilam pelo mercado europeu, já é difícil desequilibrar diante de um futebol cada vez mais baseado na força e competitividade, o que dizer de uma equipe com atletas regulares? Por isso, embora inferior no aspecto técnico, o Flamengo fez prevalecer a raça, empenho, disciplina tática e, é claro, uma dose de sorte.
Arbitragem - O que mais ouço os botafoguenses reclamarem é do gol do bom atacante Dodô.
Em primeiro lugar. Que gol? Se o árbitro já havia apitado. Acho que esqueceram que o mesmo auxiliar, anteriormente, havia marcado, também erradamente, o impedimento do canela dura Souza. A diferença é que o rubro-negro não chutou a bola em gol, mesmo tendo ganho a jogada do zaga adversária. O erro aconteceu para o lado botafoguense e o árbitro, dentro do seu erro, acertou aplicando a regra. Cartão Amarelo. Como Dodô já havia sido advertido, foi, acertadamente, expulso. Criticaram tanto o promissor goleiro Júlio Cézar pela inexperiência na expulsão do primeiro jogo da final e agora ? Qual seria a justificativa? Jogar a culpa do fracasso na arbitragem. Fácil. O árbitro errou. Mas errou para os dois lados. Então...sem choradeira.

Incompetência - Como já disse acima, o Botafogo tinha tudo para levar essa taça, mas, por salto alto e incompetência, deixou de garantir o título já no primeiro jogo, a exemplo do que fez o Galo Mineiro diante do Cruzeiro. Como bom rubro-negro, fiquei com medo de sair do primeiro tempo da primeira partida com o Flamengo sendo goleado por quatro ou cinco gols, pelo futebol apresentado pela equipe da estrela solitária. Mas, ao contrário, o Botafogo não transformou o volume de jogo em gols e deixou o manto sagrado falar mais alto na segunda etapa. Aí o Flamengo começou a ganhar o título. O resto é detalhe. A segunda partida foi um espetáculo no segundo tempo. O jovem Renato Augsuto provou, mesmo preso à marcação de Leandro Guerreiro, que é um predestinado. Sua estrela brilhou mais do que a solitária e acendeu a chama da nação rubro-negra.

Loteria - Insistem na afirmação de que pênalti é loteria. Fala sério. O goleiro, principalmente hoje em dia, tem todos os recursos para estudar os batedores. Os jogadores ganham para treinar e jogar. É mais do que obrigação saber cobrar uma penalidade. Nessa hora, você vê quem é mais competente, sempre contando com os fatores tranquilidade, frieza, destreza, personalidade e condições físicas. Para mim, esse conjunto de coisas se traduz na competência gerada pela estrutura de uma grande equipe. Alguém vai ter que errar. Não que sempre o seja, mas naquele momento crucial, faltou competência. Méritos para o goleiro Bruno.


O fim da história, vocês já sabem: Flamengo, Campeão Carioca mais uma vez. O 29º título. Parabéns aos jogadores, que provaram que são dignos de invergar o manto sagrado da Gávea. Que venha o Defensor.

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