terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Carlo Didier

O CD é Obsoleto, mas volte aos anos 1930!!!

Estou aqui lendo a biografia do Noel Rosa, um livro bem detalhado, com mais de 400 páginas, escrito por João Máximo e Carlos Didier. Como muitos sabem, devido ao personagem principal, o livro remete às décadas de 1920, 1930 e um pouquinho mais. Estou na metade do livro, mas um fato vem me chamando a atenção e por isso decidí compartilhar aqui neste espaço que divido com vocês. Antes de qualquer coisa, apesar de radialista, não sou nenhum especialista em música, tendências ou algo do tipo. Minha observação parte de um leigo, jornalista e produtor, que trabalha com música, tendo uma queda maior para o samba e suas vertentes.
No entanto, é impossível não notar que, com o advento da internet, com a possibilidade de aproximação e divulgação dos trabalhos que esse mundo virtual nos possibilita, o mercado fonográfico volta um pouco ao passado. Entendeu? Não? Vou tentar me fazer claro. Pegando especificamente este espaço de tempo relativo a Noel Rosa, onde podemos falar de nomes como Braguinha, Francisco Alves, entre outros, podemos dizer que os artistas trabalhavam, no máximo duas músicas por vez. Uma em cada lado da bolacha, do vinil. Lógico que é de conhecimento de todos que trabalham no meio que todo artista que lança um cd nos dias de hoje, destaca uma música de trabalho e, conforme for, vai trabalhando o cd. Certo até aqui?
Posso estar enganado, mas na minha opinião, o cd é um artigo obsoleto, que hoje serve como lembrança, um pequeno registro de um trabalho lançado. Acho que não é novidade para ninguém. No entanto, em conversa com alguns músicos com os quais faço trabalho de divulgação, esta tendência( que um não especialista observa) parece ainda não estar clara. Hoje, para mim, a internet, além de facilitar a divulgação, elimina essa necessidade de fechar um trabalho - para cair no lugar comum: um cd com 12 faixas - para jogá-lo a público. Na verdade, esse custo do cd, hoje, é algo desnecessário, já que é mais fácil disponibilizar as músicas para download, primando pela qualidade do mesmo. Com isso, um trabalho não fica restrito ao fechamento de determinado número de músicas, mas sim à música, que será de trabalho, sempre que lançada na grande rede.
João Máximo e Alexandre de Nadai

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