quarta-feira, 9 de setembro de 2009

O REAL E O DIVINO

Hoje, vi o pior e o melhor do ser humano. Pela manhã, depois da básica caminhada matinal no Aterro do Flamengo, tive que intervir em uma situação onde um gringo estava sendo assaltado por quatro pivetes na Lapa. Garotada drogada, cheirada mesmo. Uma pena. A degradação do ser. Apesar da raiva momentânea e umas pernadas e socos, sei que a culpa não é deles. É nossa. Bem. Agora vamos falar de coisas boas. Fui à praia do Flamengo á noite fazer uma mandinga com duas amigas. Sabe como é: 09/09/09 tem algo com Iemanjá. Fui levar uma flor para mãe das águas. Discutíamos sobre os nossos pequenos problemas, quando pisamos na areia da praia. Eita coisa boa. O tempo perfeito. Pois é. Lá chegamos e vimos um garoto, tetraplégico, de uns 14 anos,em sua cadeira, observando uma mulher, linda, e uma criança, que parecia ser seu filho, com uns três anos, curtindo o mar noturno. Detalhe. Já estávamos na areia, próximo ao mar. Agora pergunto. Quem levaria a cadeira de rodas por toda a extensão da faixa de areia para ficar próxima ao mar? A maioria já estaria satisfeita de levar aquele ser especial para uma volta no calçadão. Mas esse não era o limite. Aquela beldade, sob nossos olhares curiosos e inebriados com o amor ali explícito, simplesmente pegou o garoto no colo, tirou-o da cadeira, sustentou-o em pé e fez com que ele andasse até o mar, emprestando suas perna fortes e delineadas, contrastando com a fragilidade daquele anjo. Não era um ato forçado, pensado, era simplesmente espontâneo. O rodar em círculos com o amigo no colo, um beijo fraternal, a alegria de ambos foi algo que me fez sentir tão pequeno. Na realidade eram dois anjos, um servindo ao outro, um dando alegria ao outro. Pena que esse tipo de momento é tão raro. Fiquei meio tímido de saber mais detalhes. Mas amanhã, estarei lá no mesmo horário para aprender mais um pouco sobre esse amor livre, sem o querer nada em troca. Conto as novidades.

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